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Diretor deixa fundação dos EUA em Gaza por falta de neutralidade

Jake Wood deixa comando da GHF alegando impossibilidade de cumprir princípios humanitários na atuação no território palestino

Diretor deixa fundação dos EUA em Gaza por falta de neutralidade

© Lusa

Notícias ao Minuto
26/05/2025 09:36 ‧ há 1 semana por Notícias ao Minuto

O diretor executivo da recém-criada Fundação Humanitária de Gaza (GHF), Jake Wood, anunciou sua renúncia “com efeito imediato” neste domingo (26), alegando que não é possível operar no território respeitando plenamente os princípios internacionais de ajuda humanitária. A fundação, sediada em Genebra e com apoio dos Estados Unidos, foi criada para coordenar a distribuição de alimentos na Faixa de Gaza, fortemente atingida pelo conflito entre Israel e o grupo Hamas.

 

Em comunicado, Wood afirmou que “não acredita ser viável implementar o plano da organização de forma compatível com os princípios de humanidade, neutralidade, imparcialidade e independência”. O executivo, que já atuou em missões de ajuda humanitária, disse ter aceitado o posto com a intenção de mitigar a crise alimentar que assola o enclave palestino, mas reconheceu que os desafios práticos e éticos são intransponíveis nas condições atuais.

Desde sua criação, a GHF enfrentou críticas severas por parte da Organização das Nações Unidas (ONU) e de diversas organizações não-governamentais, que se recusaram a colaborar com a fundação. As entidades acusam a GHF de operar sem neutralidade e de colaborar com o governo de Israel. A ONG suíça Trial International, inclusive, solicitou às autoridades locais a abertura de um inquérito istrativo para investigar o uso de empresas de segurança privadas no transporte dos alimentos.

A fundação havia anunciado, em 14 de maio, a meta de distribuir cerca de 300 milhões de refeições em 90 dias. Agora, com a saída de seu principal dirigente, o futuro da iniciativa é incerto.

Enquanto isso, a crise humanitária em Gaza se intensifica. Desde a retomada da ofensiva israelense em meados de março, após uma trégua de dois meses, os ataques se concentraram em áreas densamente povoadas. O objetivo declarado de Israel é eliminar o Hamas, resgatar reféns e controlar o território. Segundo o Ministério da Saúde istrado pelo Hamas, mais de 53 mil palestinos, a maioria civis, morreram desde o início da ofensiva, número que é considerado confiável pela ONU.

O conflito teve início em 7 de outubro de 2023, com o ataque do Hamas a território israelense, que deixou 1.218 mortos, em sua maioria civis. Segundo dados israelenses, 57 reféns ainda permanecem sob poder do grupo, dos quais pelo menos 34 já teriam morrido.

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