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Desistir de reeleição foi decisão difícil, diz Biden após saída da Casa Branca

Biden concedeu sua primeira entrevista após saída da Casa Branca

Desistir de reeleição foi decisão difícil, diz Biden após saída da Casa Branca

© <p>Getty Images</p>

Folhapress
07/05/2025 15:11 ‧ há 1 mês por Folhapress

Mundo

EUA

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O ex-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse em entrevista à BBC britânica que desistir de sua candidatura à reeleição foi uma decisão correta, mas difícil. O democrata, que deixou a disputa em julho do ano ado, a menos de quatro meses do pleito, também afirmou que se retirar antes não teria feito diferença no resultado das urnas, que deram a Donald Trump um segundo mandato.

 

"Saímos num momento em que tínhamos uma boa candidata [Kamala Harris], com a campanha totalmente financiada. O que tínhamos planejado fazer ninguém pensou que conseguiríamos. E tínhamos tido tanto sucesso na nossa agenda que era difícil dizer: 'não, vou parar agora'. Foi uma decisão difícil", disse Biden ao jornalista Nick Robinson, do programa Today da BBC Radio 4.

Em sua primeira entrevista concedida desde que deixou a Casa Branca, o democrata também disse estar preocupado com a ameaça do rompimento das relações entre EUA e Europa sob o governo Trump. Durante seu mandato (2021-2025), a Finlândia e a Suécia aderiram à Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), fator que, para Biden, fortaleceu a aliança militar do Ocidente.

Agora, o ex-presidente diz temer o dissolvimento do grupo. "Acredito que mudaria a história moderna do mundo se isso acontecesse. Somos a única nação em posição de ter a capacidade de unir as pessoas, de liderar o mundo. Caso contrário, teremos a China e a antiga União Soviética, a Rússia, se destacando."

Biden também comentou a publicação de partes de uma discussão entre funcionários do alto escalão do governo Trump. Para ele, a conversa mostrou que o vice-presidente J.D. Vance e o secretário de Defesa Pete Hegseth consideram a Europa um parasita geopolítico. "Estou preocupado que a Europa perca a confiança na certeza sobre a América e em nossa liderança no mundo não só em relação à Otan, mas a outras questões importantes."

O futuro da democracia nos EUA, Biden diz, o preocupa menos que o recuo dela no mundo. Isso porque, na avaliação do democrata, Trump não se comporta como um presidente republicano, e o seu partido começa a perceber o risco que o atual mandatário representa.

Ele critica também o posicionamento de seu sucessor na Guerra da Ucrânia, e exemplifica citando a discussão entre Trump e Volodimir Zelenski no Salão Oval da Casa Branca, em fevereiro. Desde que retornou à Casa Branca, o atual presidente tenta convencer seu homólogo ucraniano de que Kiev deve ceder parte de seu território à Rússia para que o conflito termine, o que Biden discorda.

"Ele [o presidente russo Vladimir Putin] acredita ter direitos históricos sobre a Ucrânia. Ele não a o fato de que [...] a União Soviética entrou em colapso, e qualquer um que pense que ele vai parar é simplesmente tolo."

Durante seu mandato, o democrata foi criticado pela Ucrânia e seus aliados por ter dado apoio a Zelenski na resistência à invasão, mas não o suficiente para derrotar Moscou. Questionado por Robinson sobre isso, Biden afirma que seu governo estava pronto para reagir de forma mais agressiva se fosse necessário, e que sua prioridade era evitar uma Terceira Guerra Mundial.

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